Diante de Dançarinas Subindo a
Escada, do impressionista Degas, exposta no CCBB/Rio, a professora de séries
iniciais conversa com a amiga: “esta foi a primeira imagem que veio no
Google... eu estava procurando imagens para a aula sobre dança”. Aí ela argumentou,
ainda com a amiga, que, afinal, a ideia de bailarina é sempre o que surge na
cabeça dos pequenos quando se fala de dança. Poder assim, pode ser assado.
Interpelei a menina, numa
conversa rápida, falando que ela poderia usar aquela e outras imagens,
acrescendo a palavra “contemporânea” à pesquisa no portal. Certamente a
diversidade de imagens e possibilidades para conversa com seus alunos seria
outra, mais instigante e, na opinião que não manifestei lá, mas faço aqui,
muito mais rica.
Aí volto para a entrega de dança
feita para crianças de uma aula de teatro na Arena Cultural da Pavuna, semana
passada. Muitas daquelas crianças nunca tinham assistido a um trabalho de
dança. De qualquer tipo. Daí a potência desse encontro com uma das formas de se
dançar na contemporaneidade.
Assim que a entrega terminou, as
perguntas se sucederam:
“Ô, tia, só você dança isso?”
“Tia, foi você que criou os passos?”
“Tia, quando você vai aos
lugares, é só no Rio de Janeiro?”
“Tia, você só faz dança ou também
faz teatro?”
“Tia eu faço balé, mas ainda não
dancei com sapatilha de ponta.”
Todas as perguntas apontam para
questões relevantes e fundamentais na formação de público, na educação do
gosto, na dinamização dos repertórios, com vetores que enriquecem a produção
contemporânea hoje. As respostas são pontuais, devidamente circunstanciadas.
Mas a experiência e a conversa destas crianças com um bailarino que os visitou,
o olhar para algo novo em seu imaginário, e, principalmente, a possibilidade de
perguntar são, dados pra lá de significativos dessa empreitada do Dança
Contemporânea em Domicílio.
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