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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

No meio do caos, a emoção do gesto

Mais anotações sobre as entregas de Dança Contemporânea em Domicílio dessa quinta, primeiro dia de atender aos pedidos da temporada carioca do projeto.


Na entrada, um quadro no mínimo desolador: entre as duas alas do hospital do Andaraí, uma construção em destroços. Como um corpo partido ao meio. Subimos ao quinto andar por longas rampas. Cruzamos com vários pacientes nos corredores, sentados, à espera. Não seria muito diferente em outras unidades de atendimento médico do país. Batemos à porta de nosso endereço de entrega. Uma turma de funcionários abre um espaço exíguo para a bailarina. Cintia, que recebeu dança, emociona-se no fim. Os colegas também ficam eriçados. Mais gente também se emocionou. Cláudia se retira. A carga simbólica do gesto, com certeza, (des)organizará ficará na sala por muito mais tempo.

De Fabian Nuñez, 36 anos, professor de cinema, que participou de uma das entregas:
“Adorei a singularidade da proposta, essa ideia de, ao invés de usar os espaços tradicionais, buscar formas alternativas de levar a dança. E o texto também coloca a discussão sobre a possibilidade de se fazer arte.”


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