Mais anotações sobre as entregas
de Dança Contemporânea em Domicílio dessa quinta, primeiro dia de atender aos
pedidos da temporada carioca do projeto.
Na entrada, um quadro no mínimo
desolador: entre as duas alas do hospital do Andaraí, uma construção em
destroços. Como um corpo partido ao meio. Subimos ao quinto andar por
longas rampas. Cruzamos com vários pacientes nos corredores, sentados, à
espera. Não seria muito diferente em outras unidades de atendimento médico do
país. Batemos à porta de nosso endereço de entrega. Uma turma de funcionários
abre um espaço exíguo para a bailarina. Cintia, que recebeu dança, emociona-se
no fim. Os colegas também ficam eriçados. Mais gente também se emocionou. Cláudia
se retira. A carga simbólica do gesto, com certeza, (des)organizará ficará na sala por muito
mais tempo.
De Fabian Nuñez, 36 anos, professor de cinema, que participou de uma das entregas:
“Adorei a singularidade da
proposta, essa ideia de, ao invés de usar os espaços tradicionais, buscar
formas alternativas de levar a dança. E o texto também coloca a discussão sobre
a possibilidade de se fazer arte.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário