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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Na Maré, com foco nas possibilidades da dança


Pegar a Avenida Brasil e seguir até a passarela 10, entrando na Bittencourt Sampaio, parando logo em seguida, depois de uma penca de vans, para chegar ao Centro de Artes da Maré foi uma das tarefas da segunda-feira. Lá, encontramos as muitas informações,realidades, contextos, situações e atividades reunidas num mesmo espaço. Mas isso será tema de outro post.

Esse pretende relatar o que se passou entre a exibição do vídeo Fora de Campo, a conversa com Valeria Valenzuela, codiretora da produção, e o contexto do projeto Dança Contemporânea em Domicílio.
Primeira informação relevante: fomos a um ambiente de dança: que sedia uma companhia, que tem uma escola, que convive com gente do meio, que oferece aulas de artes, incluindo dança. Isso estimulou o encontro, que teve plateia atenta, formada majoritariamente por alunos da escola de dança.
Na conversa, Valeria fez uma espécie de making of oral do processo de produção do vídeo. Descreveu jeitos de produzir determinadas cenas, soluções técnicas, além de explicar o título da obra: fora de campo, em cinema, é o que não está no quadro da câmera, mas é fundamental na cena pois dá o clima da sequência, aciona o entendimento da imagem que se vê, sugere imagens que não são vistas.
Então, começam as nuances do trabalho, as camadas de interpretação, as possibilidades de entendimento.  Nessa altura, Valeria falou sobre arte conceitual, sobre as preocupações mais com ideias do quem com formas, o conceito mais em evidência do que a estética, a proposta de fazer a câmera (e a bailarina, e a proposta) passear pela cidade, de se chegar onde não há dança, das novas relações entre espectadores e artistas.
Fora de Campo mostra “uma dança que passa, que não é permanente. O que fica é a lembrança”. Nesse sentido, o trabalho é um registro do espectador, não do artista em ação ou da ação do artista propriamente dita. Por isso, como explicou Cláudia, já fazendo a transferência da conversa sobre o vídeo para a entrega da dança em si, o trabalho exige “um estado de presença que permite saber como agir no espaço, percebendo também como o outro está recebendo aquilo”.

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